Você não consegue dormir, Ursinho?

 

Era uma vez dois ursos. Papai Urso e Ursinho. Papai Urso é o grande, e Ursinho é o pequeno.

Eles brincaram o dia inteiro sob o sol quente. Quando anoiteceu e o sol se pôs, Papai Urso levou Ursinho de volta para casa, a caverna dos Ursos.

Papai Urso deitou Ursinho na cama, na parte escura da caverna.

— Agora vá dormir, Ursinho — ele falou.

E Ursinho tentou adormecer.

Uma ideia toda azul

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Um dia o Rei teve uma ideia. Era a primeira da vida toda, e tão maravilhado ficou com aquela ideia azul, que não quis saber de contar aos ministros. Desceu com ela para o jardim, correu com ela nos gramados, brincou com ela de esconder entre outros pensamentos, encontrando-a sempre com igual alegria, linda ideia dele toda azul.  Continuar a ler

A história da menina e das ameixas do senhor Ferreira

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Certa vez, uma menina estava a brincar no jardim. Brincava sozinha porque nesse dia a mãe tinha muito que fazer. Só de vez em quando é que a olhava pela janela e ficava contente por ver a filha a brincar tranquilamente.

Nisto, o Sr. Ferreira e a esposa desceram ao jardim deles. A D.ª Ana trazia dois cestos e o Sr. Ferreira carregava uma escada, dirigindo-se ambos para a grande ameixoeira que tinham no jardim. A menina correu rapidamente para a vedação e ficou a vê-los.

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E viva a diferença

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Naquele país havia uma cidade.
E nessa cidade havia uma escola.
Nessa escola, havia um recreio.
E, nesse recreio, estava uma criança sozinha: Lucien.
Mas tempos houve em que Lucien tinha um grupo… Até era ele o chefe!
Do seu grupo faziam parte a Anaïs, o Benjamin, a Judith, o Jérôme, o Lâo, o Loïc, o Manuel, a Karina e o Mathieu.
Mas agora já nada é assim.
E querem saber porquê?

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O peixe de ouro

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Era uma vez um pescador que vivia com a mulher numa velha cabana à beira-mar. Todos os dias partia no seu barco, feliz por reencontrar as ondas coroadas de espuma, por sentir o sol acariciar-lhe a face e o vento soprar-lhe docemente nos cabelos. Por vezes, maravilhado com um pôr-do-sol, quedava-se, extasiado pela beleza do mundo, e esquecia-se até de lançar as redes.

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A cadeira que quis ser trono

 

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Esta cadeira não tinha os pés bem assentes no chão. Era uma cadeira um pouco desequilibrada, como vão apreciar.

Nada a distinguia de milhares de outras cadeiras modestas, toscamente pintadas, para enganar o caruncho. Tinha quatro pernas, assento de bom tamanho e umas costas muito direitas, que a faziam parecer senhora espartilhada e altiva. Esquecida a um canto da casa, infeliz com o seu destino de cadeira vulgar, suspirava todo o santo dia:

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Azulândia

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Os últimos dias não tinham sido fáceis para o Rei Lívio e para a sua amada esposa, a rainha Olga. Diariamente, chegavam ao palácio notícias de que os encantos do reino começavam a desaparecer a um ritmo alucinante e de forma misteriosa. Primeiro haviam desaparecido as borboletas e as libélulas, logo de seguida, as hortênsias azuis que adornavam as bermas dos caminhos. Não muito depois, os habitantes da Azulândia deixaram de ver, pela manhã, gotas de orvalho. Temia-se que, em pouco tempo, desaparecessem os regatos de água cristalina, as robustas e centenárias árvores, o canto dos pássaros… A catástrofe total seria no dia em que as nuvens, o Sol, a Lua, as estrelas e o arco-íris deixassem de oferecer luz e cor à ilha.

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A briga entre Paulo e Sebastião

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Paulo vive numa roulote verde com cortinas azuis.
Sebastião vive num apartamento azul com cortinas verdes.
E todas as manhãs se encontram a caminho da escola e vão pelo mesmo passeio.

Na sala de aula, sentam-se na mesma carteira e, ao lanche, Sebastião come a salsicha de Paulo e Paulo come o chocolate de Sebastião.
E todas as quartas-feiras se encontram num terreno baldio, entre o apartamento azul de Sebastião e a roulote verde de Paulo, perto de um campo onde se veem, por vezes, rebanhos de ovelhas, carneiros e cordeiros.
Paulo e Sebastião brincam aos índios, às escondidas e à apanhada, brincam aos astronautas, às aventuras na selva, e inventam outros jogos.

Estamos no inverno. Continuar a ler

A maçã verde

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Este é o meu segundo dia na minha nova escola, no meu novo país.
Hoje não vai haver aulas porque vamos para o exterior. Mas os outros dias não serão como este. Amanhã voltarei para a aula em que irei aprender a falar Inglês.
As mães conduzem-nos para um atrelado cheio de feno. Subimos e encostamo-nos aos fardos de feno. O carro é puxado por um trator e todos somos sacudidos de um lado para o outro. Continuar a ler

O dia em que choveram corações

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O dia em que choveram corações

Certo dia, começaram a chover corações e Cornélia Augusta apanhou um deles.
E depois outro e mais outro.
Como não eram pesados, a menina foi recolhendo mais alguns.
“Devemos estar perto do Dia de São Valentim,” pensou.

Cornélia Augusta decidiu fazer postais com os corações que tinha apanhado.
Observando-os de todos os ângulos, reparou que os corações eram todos diferentes. E pensou logo que postais se adequariam melhor a cada um dos seus amigos. Continuar a ler

A três não há frio!

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A três não há frio

Chegou o inverno e está muito frio. Em casa de Piquepique, o ouriço-cacheiro, o aquecimento não funciona.
Ainda por cima, como já é de noite, o eletricista só amanhã é que poderá vir arranjá-lo.
De repente alguém bate à porta:
Truz, truz.
― Quem é? ― pergunta Piquepique.
― Sou eu, o teu vizinho Quebra-Nozes… o esquilo! Não tenho aquecimento. Podes albergar-me por esta noite?
― Oh, meu amigo, o meu aquecimento também não funciona! Estava mesmo a pensar ir passar a noite a tua casa! Mas entra, entra, és muito bem-vindo. Assim já somos dois e podemos aquecer mais ― responde Piquepique. Continuar a ler

Meus presentes de Natal – P. Bandeira

2Meus presentes de Natal – PDF

O Natal já vem aí,
tempo de ganhar presentes.
Muita coisa eu já pedi
e eu sei que vou ganhar.
Mas agora faço a lista
dos presentes que eu vou dar!

Eu vou dar pró meu irmão
um presente de abafar:
vou deixar que ele brinque
com as coisas que eu ganhar!
Mas espero que ele saiba
que dos meus brinquedos todos
eu tenho muito ciúme. Continuar a ler

Pintar a vida

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Era uma vez um homem que habitava uma terra antiga virada para o mar.

Possuía uma casa com uma torre, um cão e uma caixa de madeira com tintas e pincéis.

Considerava-se um homem rico, não tanto pela casa, pelo cão e pela caixa, mas pela alegria que sentia quando pegava nas tintas e nos pincéis e pintava para fazer as coisas acontecerem.

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Todos os pais são diferentes – Milly e Molly – slideshare descarregável

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Era uma manhã de inverno, fria e chuvosa.

Professora Adelaide pediu a todos que tirassem os sapatos molhados e os colocassem junto do aquecedor.

— Vamos, venham aquecer-se — disse ela, esfregando as mãos com força.

Ninguém dera pela falta de Sofia, até que a porta se abriu lentamente. 

Sofia estava toda pingada.

Era difícil perceber se tinha a cara molhada da chuva ou das lágrimas.

— Vem cá, Sofia — disse a professora, com voz suave. — Vamos tirar esse casaco e esses sapatos molhados. — Podes contar o que aconteceu?

— Meu pai fez as malas e saiu de casa — soluçou Sofia.

Professora Adelaide apertou Sofia contra o seu casaco quentinho e disse:

— Vamos falar dos nossos pais. CONTINUAR A LER