Mas que estranha tarde aquela
Alice estava à janela
Cheirando a terra molhada
Fazia sol e chovia
Será que algo acontecia
Naquela chuva dourada?
Fazia sol e chovia!
Foi sentindo uma magia
Naquilo que estava a ver
Saiu então pró jardim
A fazer sol e a chover.
Andou até um canteiro
Com rosas e um espinheiro
Que começara a florir
Viu a voar um besouro
Ouviu um sussurro de ouro
Ou era a chuva a cair?
Olhava e não via nada…
…Ou viu asas de uma fada
Por entre as flores aparecer?
Foi então, sem saber quando
Que viu fadas vir num bando
De asas a estremecer.
Em luz e manchas de cores
Entre a chuva miudinha
Pairam no ar mil odores
E Alice no meio das flores
Por entre fadas caminha.
Fazia sol e chovia!
Gotas de água cintilantes
Eram fadas por instantes
Eram fadas que ela via!
Depois parou de chover
E ela deixou de as ver
Desapareceram no ar.
Como acontecera aquilo?
E via no céu tranquilo
O arco-íris brilhar.
Alice viu que sentia
Como era essa magia
Mas não sabia explicar
“Talvez água e luz se unissem
(Começou ela a pensar)
E as fadas quase se vissem
Por entre as cores a dançar.”
“Arco-íris meu amigo
Subo por ti e consigo
Até às fadas chegar”
Luísa Barreto