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Conto do pequeno lobo que se transformou em cão

Posted on Janeiro 23 by contadores.destorias

Conto do pequeno lobo que se transformou em cão

Conheces os lobos. Sabes que são fortes, independentes, e que têm muito orgulho em serem lobos. Por nada deste mundo quereriam ser cães, ou gatos, ou papagaios! Ora bem, eu conheço a história de um lobo que se transformou em cão. Pode parecer bizarro, mas são coisas que acontecem.

Algo se passara na alcateia. A mãe loba tinha tido um bebé. Nunca se pensara que nascesse um lobinho naquele covil, nem tão pouco a mamã loba pensara que ainda teria filhos. Podes imaginar quão feliz ficou! Os irmãos e irmãs do recém-nascido também ficaram contentes. Excepto o mais pequeno, que tinha três ou quatro anos, e que pensava que iria ser sempre o benjamim. Tinham-no mimado como se fosse um bebé. Tinha sempre o focinho colado ao da mãe.

Agora, de repente, pedia-se-lhe que apanhasse galinhas e coelhos. Sozinho! Quando fechava os olhos, via o coração da mãe e dentro deste via o bebé, que agora o preenchia integralmente, tal como preenchia a barriga da mãe. Ou então, imaginava o focinha da loba colado ao do bebé. E tinha pena. Então, o lobito, com a carinha baixa, começou a seguir a mãe, e a emitir latidos de cão, enquanto abanava a cauda. Tornou-se um verdadeiro cãozinho! Já não se parecia com um lobo em nada. Nem nos dentes, que começaram a recuar, nem nos olhos que passaram a ser castanhos e húmidos, em vez de amarelos.

O seu belo pêlo negro clareou e as orelhas começaram a descair como se fossem orelhas de cachorros. Agora, já não devorava as galinhas de uma só dentada, mas comia-as aos pedacinhos, osso após osso, como se fosse um cão. Os amigos troçavam dele:

— Quem quer preparar o biberão do cachorrinho?

Os lobos fazem sempre troça dos cães. A mãe não compreendeu de imediato o que estava a passar-se. Pensava: “Deve ter adoecido. Que pouca sorte a minha. Já tenho tanto que fazer com o bebé.” A mãe não estava contente e perguntou-lhe:

— Será que vais deixar esse ar de cão prostrado? O que é feito dos teus olhos amarelos, tão belos e orgulhosos? Tenho a impressão de estar a viver com um bastardo.

Eram palavras terríveis para o nosso lobinho, que pensava que já não o amavam. E continuava a caminhar, com as orelhas cabisbaixas, os olhos húmidos e o rabo entre as pernas. E óbvio que quanto mais se parecia com um cão abatido mais a mãe se irritava com ele. Estava tão cansada e ocupada com o bebé que nem sequer via que o seu lobinho estava triste. É claro que o filhote poderia ter dito isso mesmo à mãe. Dizer-lhe:

— Podias ao menos mostrar-me que ainda existo.

Mas, quando se é criança, é difícil exprimir verbalmente tais sentimentos. Então, exprimia-os através do corpo, do pêlo, dos olhos tristes e dos modos de cão que tinha adoptado. Talvez pensasse: “Ao menos os cães são acariciados e as pessoas têm pena deles. Não andam a passo de lobo. Conseguem fazer-se ouvir. Dão latidos e amuam, para que reparem neles. Se eu me transformar em cão, talvez a mãe comece a reparar em mim.”

Às vezes, isto é o que acontece com as crianças. Às vezes, transformam-se para que possamos vê-los melhor. Alguns põem-se novamente a fazer de conta que são bebés, outros fazem birras, ou partem a louça. Podemos imaginar mil formas de chamar a atenção e obter o amor dos adultos. Mas o nosso lobinho não ficou cão durante muito tempo. Esta história terminou no dia em que os pais lhe disseram até que ponto ele era importante para eles. Com a pata direita, a mãe desenhou uma bola muito redondinha.

Virou-se então para o filho:

— Vês, este é o meu coração.

Depois desenhou cinco bolinhas dentro da bola maior.

— Estes são os meus filhos todos.

Um brilho amarelo iluminou o olhar do filhote. Endireitou o focinho e as costas com orgulho e sorriu, com as bochechas arrebitadas. Tal e qual um lobo!

A mãe exclamou:

— Com és bonito e grande! Gosto tanto de ti!

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